Em 1986 aos meus 17 anos, iniciei minha vida religiosa dando inicio assim, a um grande amor e Fé pela Umbanda, conheci, por intermédio de uma amiga Mãe Gessi e esta tinha como entidade Caboclo Pai Peri. Consultando com esta entidade, ele me relatou que eu tinha uma grande missão e compromisso com a nossa religião. Eu era muito jovem e não compreendia o tamanho de minha responsabilidade, mesmo assim ia com freqüência nas sessões, passado um mês eu estava achando aquela sessão maçante e queria ir ao encontro de meus amigos que me aguardavam em um bar, era verão, estava quente e eu queria estar junto deles, foi então que olhei para a porta que estava a minha esquerda, coloquei a mão para sair, neste momento meu braço ficou paralisado e quando meu braço voltou ao normal foi a primeira vez que minha Cabocla Jurema veio em terra, desde então aprendi a respeitar e amar esta linda entidade.
Após isto dei seguimento a minha vida religiosa dentro da terreira da Mãe Gessi durante 14 anos de minha vida, ao longo deste tempo me afastei por motivos pessoais, na época casei-me com um homem que não aceitava minha religião, nos mudamos para longe da terreira ficando eu afastada, mas até hoje tenho imenso respeito e amor pela minha primeira Mãe de Santo, ela que me criou na religião, ela doutrinou minhas entidades, me preparando e doutrinando com verdade, amor e Fé. Passando algum tempo de afastamento me separei, casei-me novamente com alguém que também não conhecia a religião, este hoje é o companheiro de minha jornada.
Passei por uma, duas, três terreiras e em cada uma tive muitas lições boas e ruins, mas as desilusões, falta de respeito, falta de caridade e humildade dos dirigentes espirituais destas casas me fizeram afastar-me novamente de minha missão, após este tempo depois de muito ir e vir, estava em casa com minha família, seu Zé Pelintra entidade a qual trabalho pelo lado da Quimbanda, devolveu-me minha Fé, que me fez retornar no caminho de minha missão. Com o apoio de meu companheiro colocamos uma pequena prateleira em um dos cantos da sala, com a imagem de seu Zé, logo depois meu esposo trouxe a imagem de seu guia protetor Pai Ogum.
Nesta sala comecei a receber familiares e amigos que procuravam minhas entidades, as coisas foram acontecendo de uma forma que este espaço já tinha se tornado pequeno, foi então que passamos para uma sala maior e de meros encontros e conversas até dias marcados de sessão. Hoje com a ajuda de meus amorosos filhos espirituais tenho a licença da Afrobras e praticamos com uma conduta baseada no fundamento da Umbanda, na pratica da caridade. Temos a confiança que estamos no caminho certo ajudando uns aos outros.
Hoje tenho em minha corrente 33 adeptos, é uma troca incansável de soberano aprendizado. Estamos nos organizando a cada dia para que tudo ocorra dentro dos fundamentos da nossa querida Umbanda.
Tenho como guardiã a linda pomba-gira Rosa Vermelha que só tem me dado orgulho e ensinamentos, mas em outro post contarei a linda história dela.
Agradeço ajoelhada em frente ao conga as pessoas que me acompanham neste meu novo caminho. Dizem por ai que Mãe de Santo não existe, sou apenas uma dirigente espiritual mas o imenso amor e carinho que tenho por estas pessoas é realmente um grande sentimento de Mãe.
Obrigado a dedicação, ao respeito e ao carinho de vocês
meus filhos queridos.
Obrigado ao Pai Oxalá por ter colocado estas pessoas em minha vida.
Luciane de Aranda .
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